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domingo, 5 de setembro de 2010

Resenha Crítica ao filme "O Show de Truman" de Peter Weir




Assistimos ao filme “Ao Show de Truman” do diretor Peter Weir, no dia 03/09/2010, às 19h30min, no Pólo Barretos-SP. Onde, após 01h43min de duração do filme, discutimos entre os colegas da turma ArV8 sobre as questões apresentadas pela disciplina “Tecnologias Contemporâneas na Escola 3”.
O tema central do filme é o Show de Truman, o Show da Vida (1998) de Peter Weir, com os principais personagens da história apresentados no elenco com: Jim Carrey (Truman Burbank), Laura Linney (Meryl), Ed Harris (Christof), Noah Emmerich (Marlon), Natascha McElhone (Lauren Garland /Sylvia), Philip Baker Hall (executivo), Paul Giamatti (diretor da sala de controle), Peter Krause (Lawrence), Holland Taylor (mãe de Truman), Brian Delate (pai de Truman), Blair Slater (jovem Truman), Heidi Schanz (Vivien), Ron Taylor (Ron), Don Taylor (Don).
Truman Burbank, um indivíduo aprisionado desde o seu nascimento num imenso reality show, Truman foi comprado pelo poderoso produtor de televisão, Christof, ainda no ventre da mãe. Pois, Christof criou um mega cenário, um lugar imenso com centenas de câmeras, para receber e transmitir ao mundo “O Show de Truman”, onde Truman é o grande astro do programa. Desde seu nascimento, foi monitorado por 24 horas ao dia, pois, tudo e todos em sua volta é uma grande mentira, uma farsa. Truman Burbank (Jim Carrey) era um homem comum da cidade de Seahaven, que viveu com sua esposa Meryl (Laura Linney) numa casa no subúrbio, e ganhou a vida vendendo seguros. Possui uma mãe ainda viva (seu pai havia morrido numa tempestade), amigos (com destaque para Marlon, interpretado por Noah Emmerich) e uma vida aparentemente normal. Seu pai é falso, sua mãe é falsa, seu emprego é falso, e até mesmo sua esposa é uma atriz contratada pela grande produção do Reality show. Truman cresceu pensando estar vivendo uma vida normal, mal sabia que o mundo inteiro assistiu-o desde criança e que todo o passo que ele deu desde que saiu do ventre da mãe foi tudo programado e escrito, como se a vida dele fosse um filme e um roteiro escrito. Nesse momento ilusório em que viveu. Truman não encontrava outros meios para escapar de um poder e do saber dominador, que o utiliza apenas como um jogo para atingir os mais elevados índices de popularidade televisiva. Vivendo assim, iludido pelo mundo que o cerca, onde a sua existência não é nada mais do que uma simulação fictícia de uma vida real, controlada pelo criador do programa televisivo, trazendo reflexões sobre o poder da mídia e a ambição do homem sem se importar com o valor da vida. Tornando-se criativo, dramático, engraçado, espirituoso e tudo mais um pouco, fazendo "O Show de Truman", um espetáculo. A história, muito mais dramática do que engraçada, é o poder de manipulação dos meios de comunicação sobre a sociedade.

Um Show que discute bem as questões de escolha, de confiança, de amor e da crueldade, do controle da sociedade moderna e principalmente da ética. O papel de Truman foi bem elaborado e destacado, o bastante para que nunca esquecêssemos o espetáculo, apresentado junto com sua atuação.
Entre os principais atores que participam do show, Sylvia (Natascha McElhone) uma linda jovem se apaixonou verdadeiramente por Truman, e com isso decidiu se abrir com o seu grande amor, Sylvia Lauren revelou a farsa de 30 anos, pois, a ilha era uma ficção que o colocava, desde o nascimento no centro de um palco, aliás, a tela da TV que editava o "reality show" de sua vida para todo o mundo. Portanto, ela ajudou a escapar daquele profundo engano no qual estava imerso. A moça acabou sendo excluído do programa, para evitar a revelação que desmontaria todo o espetáculo, deixando o Truman triste a sua procura, um amor que buscavas nos olhos de Sylvia, agrupando através de recortes de revistas, como se estivesse compondo um retrato falado, e sob as lágrimas de Sylvia, assistindo-o pela TV. Pois, essa foi à única experiência autêntica e real vivenciada por Truman durante o momento da simulação fictícia em sua vida. Portanto, nesse momento acabou-se tornando uma experiência transformadora, onde iniciou o lento processo em busca da verdade.
Mas Truman começa a desconfiar de que existe algo estranho quando dirige seu carro, e seu rádio sintoniza uma frequência que narra exatamente o que ele faz no momento; ou quando Truman vai entrar no elevador, mas observa um fundo de cenário com pessoas ao invés do elevador que deveria estar lá. Truman (que sempre quis viajar pelo mundo) começa a perceber que realmente existe algo errado quando tenta viajar de ônibus, mas este enguiça antes de sair do lugar, e quando Truman sai com seu carro e tenta viajar pelas estradas, mas se depara com um estranho vazamento da usina nuclear da cidade, que o obriga a voltar para casa à força. Truman buscou em sair da cidade, viajar e viver a sua vida em outro lugar, mas, tudo começou a recuar quando ele começou a perceber algo de estranho, como pequenos descuidos da produção, cenas que Truman via fixamente parecendo até uma peça ensaiada, ou gestos estranhos dos cidadãos ou atores da cidade, e percebeu também que a sua esposa tinha momentos de atitudes estranhas, tentando chamar a produção em voz alta, e com isso fez com que Truman desconfiasse de algo, até que tomou a decisão de fugir. Não foi fácil, devido que, todas as câmeras estavam voltadas para ele, todas as pessoas o vigiavam e todo lugar onde ele pisava era controlado. Todos nós vivemos em uma espécie de estúdio e com certeza tem alguém espionando nossas vidas, interferindo nela sem que saibamos.
Na verdade, ‘O Show de Truman’ é um grito à liberdade, um grito ao valor à vida, onde as pessoas nem se importam, que todos os seres humanos tenham livre arbítrio, que tenham direito de ir pra onde bem entender, de viver com quem quiser, direito de fazer o que quiser sem ser controlado por outra pessoa. O efeito na mídia é poderoso. Se não fosse o desejo das pessoas em apreciar “O Show de Truman”, logo, o programa seria um fracasso. Como a mídia é transparecida no filme. Percebemos que quando os atores do “O Show de Truman” ficam contracenando com Truman, de repente eles olham pra tela, pra nós espectadores e fazem uma propaganda de vários objetos, como facas de cozinha de mil e uma utilidades, cereais e outros. A cidade é habitada por centenas de atores, a única pessoa normal é Truman. Tudo é programado desde um simples bom dia até uma briga no meio da rua. A sociedade alucinada é quem faz esse mundo da mídia o sucesso gerado em si próprio. Por fim, os espectadores do “O Show de Truman” torcem para que ele consiga sair do mundinho onde está aprisionado e viver a sua própria vida.
Pouco a pouco, Truman começa a tomar consciência de que o mundo no qual vive não passa de uma ilusão. Essa tomada de consciência é dolorosa e conflituosa, porém o desejo da verdade acaba prevalecendo, e finalmente Truman consegue superar sua condição de ignorante, e, portanto, submetido à tirania do poder, recuperando a soberania de sua própria subjetividade. Há um profundo vínculo entre saber e poder no discurso do filme, aqueles que não sabem se encontram submetidos àqueles que sabem. O saber é, assim, o único caminho para a emancipação. O processo de conquista da verdade é também um processo de autonomia, de emancipação individual, de liberdade
Pois, a partir das relações com a verdade, dos constrangimentos e vínculos que os indivíduos precisam estabelecer para operar (e atingir) a verdade, que se produzem determinadas relações de sujeição, enfim, que se produzem determinadas subjetividades. Nesses termos, a possibilidade mesma de fuga da caverna, de escapatória dos jogos de poder a partir de uma experiência de conhecimento, se revela problemática, onde somos manipulados pelo domínio do poder, simbolizando assim a manipulação do poder com os telespectadores pelo consumismo, pela mídia.
Não é difícil de perceber como essa associação é fundamental para a nossa maneira de pensar. Como dizem, E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Logo, essa realidade falsificada começa a desmoronar, onde, com a saída de Truman do show televisivo não pode mais ser compreendida como um simples acesso para uma zona livre de constrangimentos, na qual sua livre subjetividade poderia finalmente se libertar, em busca de seus sonhos e de uma paixão. E, é o amor de Truman à Sylvia que, correspondido, vai lhe dar forças para lutar e libertar-se do seu cativeiro. Estabelecendo assim, entre saberes e poderes, a maneira como todo poder necessita de saberes, e mesmo como a própria possibilidade de demarcação do verdadeiro e do falso, já é em si mesmo, um ato de poder.
Ao tentar fugir, enfrenta uma tempestade fictícia em alto mar e os seus controladores alarmados com a persistência de Christof quase ao afogá-lo, exclamam: "Não podemos deixá-lo morrer ao vivo”. E, nesse momento, há apenas um momento de liberdade no fim do filme quando atinge com um barco a parede da cúpula que o encerrava em seu mundo artificial. Christof tenta convencê-lo a ficar. Mas ele, voltando-se para as câmaras, inclina-se como um ator e se despede da platéia e do seu carrasco que nem se interessa por conhecer. Vai para a sua Sylvia que assistindo ao show pela TV o esperava além da porta.
No final do “o Show de Truman”, Truman diz: “Se eu não te ver, bom dia, boa tarde e boa noite”.

Fontes:
http://cineindiscreto.wordpress.com/2010/05/11/o-show-de-truman-o-show-da-vida-1998-de-peter-weir/
http://ensaiosababelados.blogspot.com/2010/08/o-show-de-truman-de-peter-weir.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/The_Truman_Show

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