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domingo, 22 de agosto de 2010

O filme "O quarto Poder" do diretor Costa Gravas e o documentário Muito Além do Cidadão Kane do diretor Simon Hartog.

Após a minha leitura, analisei que o tema central do filme O quarto Poder do diretor Costa Gravas é o próprio poder que a mídia possui sobre os seus telespectadores. Conforme a minha observação no filme, notei que a mídia sempre fica atenta nos acontecimentos de cada momento, tornando-se o envolvimento com as pessoas que se deixam influenciar com o assunto ou fato ocorrido naquele espaço, formando assim as opiniões ou críticas.
Os principais personagens da história são eles:
- o ex-segurança Sam Balley, interpretado por John Travolta.
- o jornalista Max Brackett, interpretado por Dustin Hoffman.
Acredito que a história do repórter Max Brackett (Dustin Hoffman) e o guarda Sam Balley (John Travolta, se nos fosse contada em livros, não nos ensinaria tanto quanto através do cinema. Com um roteiro excelente, cada plano é uma “fala” à parte. As primeiras cenas do filme nos fazem imaginar, por um breve momento, que estamos assistindo a uma trama policial. O olhar de Max Brackett, seguido de uma câmera subjetiva a observar o Banco Federal, nos faz pensar que uma armadilha está sendo preparada. Seria um assalto? Em um plano detalhe achamos que uma arma está sendo montada. Brackett observa-se seus companheiros, escondidos em pontos estratégicos, estão prontos. Estes, assim como ele, montam seus equipamentos que mais parecem armas. A câmera subjetiva nos mostra através de uma janela, o movimento dentro do prédio. Após a passagem de um carro da polícia, descobrimos que Brackett é um repórter. Ele vê que seu “alvo” está saindo do banco, dá o sinal a sua equipe e juntos partem para o ataque.
O grande foco de “O quarto poder” é a ética. Max Brackett transforma um acontecimento, a princípio pequeno, em um verdadeiro espetáculo, buscando benefício próprio. Realizando uma matéria em um museu onde uma professora e um grupo de crianças está visitando, Max presencia uma discussão entre a diretora do museu e um ex-funcionário do local, que tenta ser re-admitido. A briga chama a atenção do repórter, quando o homem tira da bolsa uma arma, aponta-a para sua antiga patroa e acidentalmente, dispara um tiro que atinge o outro guarda de segurança do museu. Eis que surgem todas as ferramentas necessárias para se produzir um drama: conflito, reféns, armas, tiros e medo.
Ambos envolvidos numa enorme trama, onde o interesse dos mesmos é reaver o emprego e o bem estar social. Naquele momento da trama, o jornalista aproveita o fato para fazer uso do ocorrido, engrandecendo-o, exagerando ao relatá-lo, ou seja, "vendendo o seu peixe" para um espectador ávido por notícias-trágicas. O ex- guarda de segurança de um museu para reaver seu emprego decide ameaçar a chefe com uma espingarda, para se promover e por conseqüência afetar todos a sua volta em nível nacional, fica bem claro que o poder midiático, descrito como o quarto poder, é capaz de influenciar uma vasta gama de pessoas, e com muito sensacionalismo dominar a vida cotidiana de cada um incluindo seus pensamentos. Pois, a falta de ética e da legalidade do jornalismo, mostrando que a mentira e o desengano podem mudar a vida totalmente de uma pessoa. Onde, a conduta do jornalista é rude, cruel, manipulando a mente do ex-segurança, um indivíduo que apesar da situação que estava ocorrendo naquele momento, Por motivo do desemprego, ele tinha um coração bom e solidário com todos. Em desespero, precisando de um emprego e no momento não conseguia encontrar, que por fim, acabou na manipulação de Max, um homem muito ágil, esperto, obtendo a fama para passar a impressão de coitado, a exclusividade, o sensacionalismo, a autopromoção, a manipulação, o que for preciso para atrair a atenção e obter lucro é feito, favorecendo assim, o sensacionalismo. Afinal, “imagem é tudo”, pelo menos é o que dizem. E realmente, imagem diz mais que mil palavras, ainda que suspeitemos de sua veracidade.
No filme, o jornalista decide ajudar o guarda de segurança que apesar de não ter pretendido, acabou por estar em uma situação muito comprometedora de seu caráter. É retratado de forma bem humorística e irônica como ocorre à manipulação não só das pessoas que estavam se informando do acontecido, mas também do próprio guarda de segurança que muitas vezes pedia opinião do que fazer para a mídia quase como se fosse incapaz de pensar por si só, reforçando a teoria hipodérmica na situação.
No desenrolar da trama, percebemos o enorme poder que a mídia exerce sobre as pessoas e como um jornalista ciente desse poder pode transformar uma formiga em um elefante.
Tendo a fábrica de sonhos ao seu lado, Brackett vai reconstruir a imagem do ex-funcionário Sam Balley, tornando-o o mocinho da história. De fato ele não é um vilão, mas suas ações o comprometem bastante. Na verdade, a personagem vivida por John Travolta é uma vítima da mídia desde o princípio. Primeiro, porque Balley só teve a trágica idéia de ir armado até o museu - e chamo de trágica, porque olhando a situação sob a ótica da Poética de Aristóteles, essa ação de Balley é um erro trágico, ou seja, uma ação que resulta em algo imerecido, no caso, sua morte - , porque viu na televisão que as pessoas sempre ouvem aqueles que agem como ele está agindo. Depois o entendemos como vítima, porque Sam é usado por Brackett que deseja ter uma grande matéria, manipulando-o como uma marionete. Até o discurso do suposto seqüestrador é transformado como mostra a cena em que Sam diz: “Diga a ele que estou irritado!”, e Max repete: “Ele está muito irritado!”. Com isso, acontece uma nova produção de sentido da situação. E por fim, Sam é vítima da rivalidade dos dois jornalistas, Max e Kevin. Cada um deles pretende vender uma imagem diferente de Sam. O primeiro deseja mostrá-lo como mocinho e o segundo como bandido. Sam Balley é apenas um recorte para mostrar a vulnerabilidade da sociedade em relação à mídia. Quando Max Brackett apresenta as pessoas ao ex-guarda como a opinião pública, acrescentando que esta é uma força poderosa e mais na frente diz que a mesma é volúvel, entendemos que a opinião pública torna-se uma força ainda mais poderosa nas mãos da mídia, que a usa e manipula de acordo com seus interesses.
Há um momento em que o repórter Max repreende sua estagiária por ter prestado socorro ao outro guarda de segurança do local, que acidentalmente foi baleado por Sam.
Segundo o jornalista, é preciso escolher fazer parte da história ou apenas registrá-la, mas ele mesmo se torna personagem da história que narra. Mais que isso, ele se coloca numa postura de herói, assim como mostra a cena em que ele retorna ao museu, munido de seus equipamentos e pára diante do prédio para mirar seus espectadores.
A cena em que duas menininhas são libertadas é muito interessante. Enquanto todos que estão fora do museu imaginam que as crianças estão assustadas com a presença de quem as mantêm como reféns, o que de fato as amedrontam está fora do prédio: a mídia. Como uma manada enlouquecida, a imprensa avança para as crianças que acuadas dão passos para trás como se no fundo se sentissem mais seguras junto ao suposto vilão. Pudera! Em “O quarto poder”, não há limites para a imprensa. Repórteres se disfarçam de médicos, pagam para pessoas mentirem, sobem em andaimes para conseguir imagens exclusivas, compram depoimentos, enfim, tudo é válido para esquentar a notícia que na verdade, não passa de um produto. E é aí que Max percebe que seus interesses não serão alcançados e finalmente tenta agir sem egoísmo, mas já é tarde, pois nesse momento ele cai na própria armadilha e se torna tão vítima quanto Sam. Já não existe apenas um vilão na história, uma vez que o repórter é colocado como cúmplice do ex-guarda “enlouquecido”. Max ainda se torna pior que o outro, uma vez que Sam é manipulado por aquele que deveria ser apenas portador de notícias e falar pelo povo.
Mas Max Brackett não desiste. Continua indicando como Balley deve agir: “Se entregue! Eu serei testemunha de que foi um acidente!”, ele diz. “Quem vai acreditar em você?”, lembra o ex-funcionário. Ou seja, o repórter perde totalmente a credibilidade até para Sam que naquele momento parece perceber que esteve ao lado de alguém pior que ele o tempo todo. A perda da credibilidade é o preço a se pagar pelo mau uso do “poder”. O reconhecimento de Max Brackett de que foi a imprensa quem causou a morte de Sam Balley, confirma o poder que a mídia exerce sobre as pessoas, seja para o bem ou para o mal.
Pela clareza como expressa a realidade de boa parte dos jornalistas, “O quarto poder”, mais que um filme, é uma prova de que a prática é bem diferente da teoria. E para aqueles que preferem o sensacionalismo e querem crescer às custas das emoções alheias, este filme é um verdadeiro manual. Porém, é válido lembrar que a excelente atuação de Dustin Hoffman tanto em “O quarto poder” quanto em “Mera coincidência”, deixa claro que agir como “um criador de ilusões”, pode não acabar bem.
Essa capacidade de transformar o abstrato em grande fenômeno, o privado em público, o individual em coletivo, comunitário e as vezes global, na maior parte dos casos não são ações para formar opinião. Muito pelo contrário. São exercícios para se distorcer a verdade dos acontecimentos e em conseqüência disso, manipular opiniões. Não precisa nem dizer que falamos da imprensa. No filme, o jornalista Max Brackett, interpretado de maneira excepcional por Dustin Hoffman, não mede esforços e nem tão pouco faz uso de algum escrúpulo para atingir seu sucesso profissional. Com base no personagem, trazemos o roteiro para a nossa realidade e levantamos o polêmico e, ás vezes, intocável debate de quantos “Maxs Bracketts” existem por aí, já partido de outro ângulo, não só o da pessoa física, o jornalista, mas também e principalmente da pessoa jurídica, o dono do veículo, nos apresentando uma realidade astigmática do que deveríamos saber. É bem verdade, e em hipótese alguma podemos discordar disso, que em meio a essa “lameira”, há profissionais verdadeiramente comprometidos em promover um jornalismo que represente o enfoque real dos fatos, inclusive, o próprio filme mostra isso, por mais que seja de maneira subjetiva.
E o que dizer das autoridades perdidas em meio a furacões de informações? Até parece serem “vítimas” desse poder. Mas o fato é que existe uma guerra de egos. Passa-nos de forma nítida o desejo e objetivo de que um quer aparecer mais do que outro, levando os responsáveis pela integridade da massa a tomar decisões equívocas e errôneas. Afinal, Sam Balley, interpretado pelo também formidável John Travolta, teoricamente não teria morrido não fosse às investidas desastrosas do, não menos sujeito a manipulações, FBI.
Por fim, cheguei à conclusão que a história desse filme aponta diversas características específicas no jornalismo. O Jornalismo nunca traz a veracidade correta do acontecido sempre tem algo a submeter-se fazendo com que a mídia esteja ao alcance do seu fato.
O documentário Muito Além do Cidadão de Kane é um documentário que retrata fatos ocorridos em empresas (emissora de televisão), onde retrata diversos assuntos. O assunto principal deste documentário e o poder da rede Globo e a sua influencia frente aos telespectadores. Percebi que muitas vezes somos enganados e manipulados, trata-se de um documentário que mostra o apoio da rede globo na ditadura militar, e seu envolvimento com o grupo americano Time Warner, mostrando a manipulação da rede globo e como ela teve envolvimento em fraudes. O documentário apresenta vários depoimentos de vários famosos como: o cantor e compositor Chico Buarque de Holanda, os políticos Leonel Brizola e Antonio Carlos Magalhães, o publicitário Washington Olivetto, o escritor Dias Gomes, os jornalistas Walter Clark, Armando Nogueira e Gabriel Priolli e o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O documentário enfatiza a influência da emissora junto às autoridades principalmente dos governantes majoritários. Deu para perceber que esse documentário foi bastante polêmico, pois tratava da dominação da rede globo na sociedade brasileira, seu poder e suas relações políticas. Roberto Marinho foi muito criticado e comparado a Charles Foster Kane, pois a rede globo empregava a mesma manipulação grosseira de notícias para influenciar a opinião pública como fazia Kane no filme. E um documentário que causou tanta polêmica que o filme foi impedido de passar no Brasil e havia copias em universidades para uso exclusivo dos alunos. Com tudo isso ainda não conseguiu, deixar o documentário acabar e até hoje ele existe. Tem uma relação com o filme O Quarto poder bem claro, é a manipulação da mídia para com a sociedade em geral, o engano e a falta de consciência com a sociedade. Acredito que a conduta ética e os interesses individuais de cada um deles estão relacionados, através de suas opiniões a respeito dos fatos e de seus interesses. Minha opinião em geral sobre essa resenha, é que tanto a mídia como a opinião pública podem influenciar de forma positiva ou negativa dependendo da situação, pois, têm casos que a mídia e a opinião pública são os fatores principais para que a situação tenha êxito. Portanto, não sabemos o término da realidade e o início da ficção.
Fontes:
http://pricilablospot.blogspot.com/2010/08/resenha-sobre-filme-o-quarto-poder-do.html
http://www.documentarios.org/video/detalhar/49/muito_alem_do_cidadao_kane/
http://arteadoooro.blogspot.com/2010/08/resenha-critica-do-filme-o-quarto-poder.html
http://wwwartescile.blogspot.com/2009/08/filme-o-quarto-poder-do-diretor-costa.html
http://cinedebate.sites.uol.com.br/quartoc.htm
http://www.webartigos.com/articles/25180/1/Resenha-do-Filme-O-Quarto-Poder---Teoria-Hipodermica/pagina1.html#ixzz0xN5zFKLv
http://www.insite.pro.br/2008/14.pdf - 38
http://www.artigos.com/artigos/humanas/artes-e-literatura/filmes/o-quarto-poder-1364/artigo/